HOMILIA DA MISSA DA UNIDADE

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Luz, 23 de março de 2024

DOM JOSÉ ARISTEU VIEIRA – BISPO DIOCESANO DE LUZ

Saudação ao amado Povo de Deus desta Igreja Particular de Luz, reunida nesta concelebração: Leigos e Leigas, Consagrados e Consagradas, Presbitério Diocesano e Religioso, seminaristas…

Louvores a Deus…

Celebrando, antecipadamente, por razões pastorais, a grande Quinta-Feira Santa, já iniciamos os grandes mistérios da Páscoa do Senhor.

Este é um dia de profunda ação de graças!  Elevemos, nesta eucaristia, louvores a Deus!

Pelo Espírito Santo, louvemos o Pai celeste e seu Filho Jesus Cristo, nosso Divino Sacerdote, Mestre e Pastor, Palavra de vida eterna que nos liberta e salva, Ele “a Testemunha fiel, o Alfa e o Ômega, Aquele que era, que é e que virá!” (Ap 1,5-8).

O Mestre Divino havia se revelado aos judeus rebelados: “antes de Abraão, EU SOU”, a mesma revelação divina feita a Moisés no deserto: “eu sou quem sou”, isto é: Eu estou, eu Permanecerei convosco! Eis o exato significado do Emanuel nas profecias messiânicas.

Eis que oEU SOU, EU ESTOU CONVOSCO”, “Emanuel”, garantia da presença e proteção Divina, tendo vindo habitar conosco, também quis estar entre nós na misteriosa forma de “Shekhinah”, habitação de Deus, na forma de pão!

Então hoje, de forma especial,  louvemos e agradeçamos a Deus Pai, por Jesus, no Espírito:

  1. Pelo maravilhoso dom da Eucaristia: “tomai e comei, isto é meu corpo… tomai e bebei… este é o cálice do meu sangue derramado por vos e por todos para remissão dos pecados!”

Num recente documentário da Record, a partir de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, católicos fervorosos testemunharam a importância capital para eles, para sua vida e saúde, a participação na comunidade de fé, especialmente na Eucaristia! Eis porque esse belo presente do Senhor!

  1. Pelo grandioso dom do sacerdócio ministerial: fazei isto em memória de mim”.

O sacerdócio ministerial, não está acima do sacerdócio real de todo batizado, mas ele sim, é um canal pelo qual Jesus age e interage, hoje, junto a seu povo. O padre além de confeccionar e distribuir os sacramentos da graça redentora de Cristo, ele é, ele mesmo um “sacramento” da presença do Bom Pastor! É um parceiro importante do Senhor, na sua mesma missão, no mesmo e único sacerdócio.

De fato, cada padre ali presente, naquela cidade, naqueles bairros distantes, naquelas comunidades rurais – às vezes, com muito sacrifício de deslocamentos, cansaço, calor, poeira e estradas difíceis ele vai levando sempre a esperança e a certeza a este povo de que ele é amado pelo Bom Pastor.

Então, padre, louvamos a Deus por você, por sua vida, vocação e missão! Agradecemos-lhe os sacrifícios, privações e provações, e tenha certeza de que estás sendo fecundo, está sendo valioso para Deus e seu povo.

Alegramo-nos, pois, pelo seu SIM hoje renovado, refazendo o dom total de si, na doação de amor a Deus pela Igreja. Rezamos por você, invocando a proteção de Nossa Senhora, que é nossa madrinha e advogada na peregrinação vocacional e missionária. Coloque-se, sempre, confiante em sua proteção, e estará sempre pronto a prosseguir seu abençoado ministério!

Renovemos nossas orações pelo querido Padre José de Castro, que sonhava participar conosco, hoje, mas numa revisão de tratamento nesta semana, ficou preso de novo no hospital.

Nesta oportunidade, façamos ainda a memória dos bispos e padres falecidos da história deste presbitério, nomeio os últimos que partiram dentre nós:  Padre José Ferreira, Monsenhor Olavo, Padre Sebastião, Padre Aloísio, Padre Marcelo: tenham todos, a paz e o descanso prometidos pelo Bom Pastor.

Um forte apelo:

Permitam ainda, a partir dessa tão significante concelebração, em que nosso presbitério renova seu sim vocacional, ecoar um forte apelo, renovar um pedido já feito, em forma de um verdadeiro grito de pedido de atenção, em favor de nossa Igreja Particular: a questão vocacional:

  • Tenhamos maior cuidado com nossa própria vocação – cultivando mais e melhor nossa vida cristã, nossa espiritualidade, nossa vocação específica!
  • Tenhamos maior e melhor atenção e cuidado com a causa vocacional! Abracemos cada um de nós, esta causa como própria!
  • Trabalhemos para efetivar a cultura vocacional. Rezemos, junto às nossas comunidades, pelas vocações, sigamos o ensinamento e mandato de Jesus: “Pedi ao Pai que envie mais operários para a Sua messe”.

 

Apelo da Palavra de Deus

A  Palavra de Deus, hoje proclamada,  fez a memória  do Divino Vocacionado, ungido e enviado do Pai, quando na maturidade do seu processo vocacional,  chegada sua hora, assumiu, publicamente, a Sinagoga de sua comunidade,  partindo de Isaias 61, proclamado, relido e aplicado vocacionalmente a si mesmo: “hoje está se cumprindo essa passagem da escritura!”

Diante da sua comunidade pasma, atônita e sem respiração, o humilde jovem carpinteiro da carpintaria de José, fêz a surpreendente revelação pública de sua identidade vocacional e seu arrojado e profético projeto de vocação e missão,   respondendo ao projeto de Deus sobre sua vida: “O Espírito do Senhor está sobre mim”… porque o Senhor ungiu-me e enviou-me para dar a boa nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar o resgate para os escravos e a liberdade aos prisioneiros, e anunciar o tempo da graça do Senhor”( Lucas 4,16-21).

Que cada um de nós, leigos, ordenados e consagrados, a exemplo do Divino Mestre, renovando nesta celebração, de coração generoso e alegre nosso SIM VOCACIONAL, retomemos nosso primeiro amor, e voltemos às nossas comunidades, prontos a testemunhar publicamente, sem acanhamento, sem medo de ser feliz, sem respeito humano, por gestos, atitudes, palavras e obras, nossa consciência e entusiasmo vocacional e nossa alegria missionária!

Saibamos que Deus precisa desse nosso elã vocacional para despertar outros e outras para dar continuidade ao nosso caminho!

Vivemos, sem dúvida, uma crise familiar e vocacional, já aguda no primeiro mundo, e já claramente manifesta em  Dioceses do Brasil, consequência de uma sociedade paganizada, desligada de Deus e desinteressada dos valores espirituais e evangélicos!

Essa postura já repercutiu diretamente nas novas gerações ora seduzidas pelas oportunidades imediatas, ora desiludida de sonhos altruístas de construir uma sociedade melhor como nossos sonhos do passado.

Tudo isso devia nos questionar e inquietar, profundamente, pois é ameaça ao futuro da própria Igreja e da sociedade que só parece piorar.

Retomo aqui uma palavra de Dom Pedro Brito, então presidente da comissão dos ministérios ordenados da CNBB, apresentando o II congresso vocacional:

antes de falarmos do ministério ordenado, devemos entender que a própria existência cristã é vocação para Cristo, e vocação de Cristo. O anúncio vocacional é, antes de tudo, uma questão de proposta do cristianismo; precisa ser uma proposta que seja capaz de afirmar a plenitude do mistério de Jesus Cristo, e de proclamar que somente Ele é capaz de responder às grandes interrogações existenciais da vida da humanidade”.

Por isso, caros diocesanos, renovo aqui um pedido, evito dizer uma ordem, pois obrigação não é o que resolve:  peço, então, aos senhores padres, a todas as lideranças que, em toda celebração eucarística ou da Palavra nesta Diocese, que se faça, ao menos uma pequena prece ou refrão vocacional: isso já foi pedido e não vejo sendo praticado: lembremos que isso é mandato do próprio Senhor: “peçam ao Senhor da messe que envie operários para sua messe”, com isso Jesus está a nos dizer: a falta de trabalhadores para a messe não é um problema meu, é do Pai e também de vocês. Então peçam a Ele! É uma ordem do Senhor!

Termino com um questionamento: depois de um intenso Ano Vocacional 2023, que compromissos eu e minha comunidade assumimos ou ainda vamos assumir para encarrar esse desafio?

Rezemos: “Enviai, Senhor operários para vossa messe, pois a messe é grande e os operários são poucos!”

Nossa Senhora da Luz, mãe da Igreja, Rainha dos Apóstolos, modelo de vocacionada, advogada e madrinha nossa, intercedei por nós!

São José, zeloso guardião e patrono da Igreja e padroeiro das vocações, rogai por nós. São Rafael, nosso Padroeiro diocesano, rogai por nós!